Pandemia vai mudar hábitos em viagens de avião, diz pesquisa

Pandemia vai mudar hábitos em viagens de avião, diz pesquisa

A pandemia e seus efeitos devem mudar drasticamente os hábitos de voos de passageiros no Brasil e no mundo. De acordo com a pesquisa Passenger Confidence Tracker, que ouviu mais de nove mil viajantes em 12 países, a mudança de comportamento é uma certeza e entre os brasileiros 85% do público que costuma viajar de avião não espera retornar às suas rotinas de viagem anteriores após o fim da pandemia.

A pesquisa que qualifica a conduta desses viajantes foi realizada a pedido da Inmarsat, líder mundial em comunicações móveis globais por satélite.

De acordo com o relatório, 60% dos entrevistados se sentem satisfeitos com a resposta da indústria da aviação aos desafios da covid-19. No cenário brasileiro, as respostas de satisfação chegara a 62%.

Para além dos números, os pesquisadores afirmam que o estudo pode ser visto como um manancial de tendências para que as companhias aéreas passem a entender o desejo do viajante. Segundo acredita o vice-presidente sênior da Inflight Business & Americas Market Capture da Inmarsat Aviation, Niels Steenstrup, este é o momento em que as viagens aéreas podem sofrer uma completa reformulação no mundo inteiro e no Brasil.

“Nossa pesquisa nos diz que, atualmente, as pessoas no Brasil estão entre as mais confiantes para voltar aos céus e estão entre as que têm menor probabilidade de voar menos no futuro como resultado da pandemia. No entanto, os resultados revelam que a reputação da companhia aérea e a experiência do passageiro são de crescente importância para este grupo. Há uma oportunidade clara para as companhias aéreas implementarem soluções digitais que podem aumentar a confiança, minimizando os pontos de contato na viagem, enquanto garantem que os passageiros continuem conectados e entretidos”, sustenta Steenstrup.

Apenas um terço (34%) dos entrevistados globais pegaram voos comerciais desde o início da pandemia, o que, segundo avaliação dos pesquisadores, aponta para uma mudança de atitude em relação às viagens. Quatro em cada dez passageiros (41%) esperam viajar menos por qualquer meio de transporte e um terço (31%) planeja fazer menos voos. Apesar da modificação, existem sinais antecipados de que os viajantes brasileiros estão começando a se sentir confiantes para voar novamente. No Brasil, 63% dos entrevistados já planejam voar novamente nos próximos seis meses – acima da média global de 47%.

Os entrevistados no Brasil também foram os menos propensos a dizer que voarão menos no futuro como resultado da pandemia, com apenas 20% (contra 31% globalmente) declarando planos de voar menos no futuro.

 

CONFIANÇA

O estudo revela uma variação significativa em todo o mundo no que diz respeito à confiança dos passageiros em voar durante a pandemia. Húngaros, britânicos e brasileiros estão entre os mais confiantes, com 26%, 16% e 13%, respectivamente. Por outro lado, os sul-coreanos estão entre os menos confiantes: mais de um terço (35%) deles esperam não voar novamente até que a covid-19 desapareça.

Quando se trata de garantir a segurança pessoal, os passageiros entrevistados parecem discordar da quarentena automática de 14 dias. Em vez disso, os resultados mostram o desejo de um conjunto consistente de medidas para tornar a viagem mais segura – como coberturas faciais obrigatórias ou um teste aplicado 48 horas antes da viagem.

Mais da metade dos brasileiros entrevistados (55%) afirmam que a reputação é agora um fator mais significativo na escolha de uma companhia aérea do que antes da pandemia. A pesquisa destaca também que melhorar a experiência a bordo é uma maneira de conseguir isso. Do espaço extra para as pernas (55%) à bagagem grátis (54%), os serviços de valor agregado estão se tornando cada vez mais importantes para os passageiros brasileiros que retornam aos céus.

Outra tendência apontada no estudo é a maior valorização das soluções digitais atreladas à experiência a bordo. Quase quatro em cada dez (39%) entrevistados concordam que hoje o serviço de wi-fi é mais importante do que nunca. Essa percepção é mais significativa para indianos e brasileiros, com 55% e 51%, respectivamente.

 

Fonte: Panrotas