Após a pandemia a Embraer aposta no crescimento do mercado regional

Após a pandemia a Embraer aposta no crescimento do mercado regional

A Embraer divulgou nesta quarta-feira (02/12) a sua perspectiva de mercado para os próximos dez anos, analisando a demanda de passageiros por viagens aéreas e novas entregas para os próximos 10 anos.

O relatório, chamado Market Outlook 2020, abordou tendências emergentes no crescimento do setor regional e quais os fatores que podem definir as futuras compras de companhias aéreas e a dinâmica de diversas regiões do mundo.

A pandemia do novo coronavírus anunciou mudanças drásticas na dinâmica do transporte aéreo que remodelaram os padrões de viagens e a demanda por novas aeronaves baseadas no redimensionamento da frota, regionalização, comportamento do passageiro e meio ambiente.

Com a menor demanda projetada para os próximos anos a tendência é que rotas regionais e ponta a ponto passem a utilizar aeronaves de média capacidade, com menos de 150 assentos, que permitem maior flexibilização de uso.

A mudança levou a uma maior regionalização de mercado, com empresas buscando proteger suas cadeias de suprimentos contrachoques externos e consequente realocação dos negócios regionalmente, gerando novos fluxos de tráfego entre destinos ponto a ponto. Ligação entre cidades pequenas e médias poderão ser realizadas de forma direta, sem conexão em hubs nacionais. O modelo poderá ainda impactar de forma definitiva o comportamento dos passageiros, que podem usufruir da comodidade de voos diretos, especialmente de curta distância. Porém, o desafio do setor será em relação as questões ambientais. O mercado europeu é um dos primeiros a sentir as pressões regulatórias, que pode inclusive no futuro impedir voos de curta duração, forçando o uso de modais mais eficientes em termos ambientais, como o ferroviário.

A Embraer destacou que o crescimento projetado do tráfego global de passageiros, medido em passageiros pagantes transportados por quilômetro (RPK, na sigla em inglês) retomará aos níveis de 2019 apenas em 2024, ficando 19% abaixo do volume previsto anteriormente para a próxima década. O destaque será, como previsto inicialmente, o crescimento na Ásia-Pacífico, que pode superar os 3,4% ao ano.

Para a próxima década a Embraer projeta entregar 4.420 aeronaves de até 150 assentos, sendo 75% destinados a substituição de aeronaves antigas e 25% relativas ao crescimento de mercado. Aproximadamente 1.520 aviões devem voar nas para companhias aéreas da América do Norte, especialmente dos Estados Unidos, enquanto a China e o restante do mercado da Ásia-Pacífico devem receber outros 1.220.

O fabricante brasileiro acredita haver mercado para até 1.080 aeronaves turbo-hélices até 2029, com 490 unidades para companhias aéreas da China e Ásia-Paícfico, além de outras 190 unidades para a Europa. O destaque para o mercado de turbo-hélices regionais aponta a tendência da Embraer em apostar neste novo segmento, dando continuidade aos estudos para o desenvolvimento de uma nova aeronave nos próximos anos.

 

 

Fonte: Aero Magazine